quinta-feira, 26 de maio de 2011

#63 - No embalo de Neymar. E só dele.

Ok, eu sei: o título é manjado. Mas não há como escrever sobre o time do Santos de maneira diferente. Neymar está levando o time do Santos nas costas. Simples assim.

Sou muito reticente para escrever sobre as partidas. Penso que não há nada de interessante em escrever uma crônica, detalhando a partida, através de minuciosas e longas frases. Já fiz isso uma vez aqui, e depois de ler o texto algum tempo depois, vi que era desnecessário.Textos como aquele podem ser lidos em sites como globoesporte.com , lancenet.com.br e espn.com.br ....  Decidi desde a longínqua leitura que, se fosse para falar sobre alguma partida específica, seria para apontar detalhes não costumeiros nas crônicas dos sites que citei.

Dito isso, vamos ao fatos:

Ontem não vi o jogo do Santos inteiro. Dormi pouco depois dos 30 minutos do primeiro tempo. Acabo de ver os melhores momentos da partida. Sei que não é o ideal comentar um jogo se não o assistiu por completo. Porém, o pouco que vi foi o suficiente para escrever esse texto.

Quando vi a escalação torci o nariz. Não gostei - e continuando não gostando - da escalação de Muricy Ramalho com Adriano, Arouca, Danilo e Elano no meio de campo. Com o talentoso Alan Patrik no banco, apostar em Elano para armar o jogo me soa muito cautesolo - coisa que sabidamente Muricy é. Está mais do que comprovado que Elano necessita de mais um meia ao seu lado para que seu jogo renda. Com o Alan Patrik junto de Elano, os volantes paraguaios teriam mais um cara para se preocupar, o que impediria, por exemplo, os recorrentes avanços dos mesmos ao ataque como visto nos minutos iniciais. Isso sem citar que o time de Muricy era o mandante...

Mas o Santos tem Neymar. E como esse cara está jogando bola. Cada vez mais maduro, Neymar é o responsável por todas as jogadas ofensivas do Santos. Seu jogo está mais produtivo, mais coletivo, menos individualista. Neymar dribla, mas, como se diz, "pra dentro do gol". E não pode ser ele o responsável por armar o jogo. O esquema ideal para que ele brilhe é aquele onde há um meia de fato (Ganso e Alan Patrik) e um centroavante que faça o pivô (não é o caso do Zé Eduardo). Borges tem tudo pra encaixar nesse time.

Não estou "gorando", mas acho 1 a 0 pouco. Jogando em casa, o Santos deveria ser mais agudo. O time do Cerro Porteño não é lá de todo ruim, não chegou às semi finais por acaso. O jogo de volta promete muita emoção, estádio lotado. E já citei num texto aqui, a dificuldade das equipes brasileiras em jogos desse tipo.

O Santos não pode a todo momento depender de Neymar.


@FabioNohbrega

quinta-feira, 19 de maio de 2011

#62 - O dilema de um campeão

"Estatisticamente o maior piloto de todos os tempos". São com essas palavras que o site oficial da Fórmula 1 define o alemão Michael Schumacher. Sete vezes campeão do mundo, detentor de inúmeros recordes e ainda em atividade aos 42 anos de idade, Schumacher, desde que retornou à categoria após 3 anos de inatividade, não vive bons momentos.

Hoje li a entrevista que o alemão concedeu ao repórter Oriol Pundgiemont, do jornal espanhol El País. Nitidamente, o outrora imbatível piloto, não está confortável. Em determinados momentos da entrevista Schumacher cai em contradição. Em outros, expressa o desconforto com as críticas.

No alto de sua costumeira prepotência, ele afirma que "segue sendo excepcional", mas diz saber que "provavelmente seja pior piloto que anos atrás, só que não percebe". Ao responder sobre aqueles que o criticam por ter voltado a pilotar, Michael devolve: "Como podem me criticar se já não correm e comentam as corridas pela televisão?" (viu, Reginaldo Leme? rs) O alemão se esquiva nas comparações com novatos como Vettel e Hamilton e diz que a "única comparação justa, é com seu companheiro de equipe". Creio que ele se esquece nessa resposta de que nem de seu companheiro, Nico Rosberg, vem ganhando.

Está claro pra mim que ao aceitar a proposta da Mercedes para voltar a correr, Michael Schumacher não imaginava enfrentar tantas dificuldades. Acreditou que sua capacidade técnica (incontestável) era o suficiente para alçá-lo às primeiras posições durante a temporada. Não foi. Ele diz que não se arrepende de ter voltado, que está bem fisicamente e que não enfrentou tantas dificuldades no regresso. Assume, todavia, que os novos pneus Bridgestone não eram parecidos com nada que havia experimentado e que não se adaptou - o que, ao contrário do que afirmou, é uma baita dificuldade. Contraditório de novo.

O Heptacampeão vive um dilema. As críticas que está sofrendo impedem uma aposentadoria definitiva nesse momento, pois ele sairia por baixo. O carro da Mercedes não está entre os melhores do grid e só o talento de Schumi não está sendo suficiente para obter bons resultados. E para piorar tem um tal de Rosberg toda hora na sua frente...   Enorme dilema !

A entrevista: http://www.elpais.com/articulo/deportes/Sigo/siendo/excepcional/elpepidep/20110519elpepidep_1/Tes

@FabioNohbrega

quarta-feira, 11 de maio de 2011

#61 - Sr.Imprevisível

Thomaz Belucci foi simplesmente sensacional no Masters 1000 de Madrid. Jogou muita bola, passou por cima  de dois top ten e, apesar da derrota, arrancou um set do imbatível - posteriormente campeão do torneio - Novak Djokovic. Atuações de gala, inimagináveis até então, se considerado o retrospecto do brasileiro durante o ano até o início do torneio na capital espanhola. Alcançar a semifinal era um resultado imprevisível.

Fazia tempo que não parava para ver um jogo de tênis. E na verdade não vi. Acompanhei o duelo Belucci x Djokovic pelo site UOL, em tempo real. Angustiante. Mas a empolgação com o desempenho do garoto natural de Tietê (SP) era tanta que naquele sábado alternei minhas atenções entre trabalho e portal - que meu chefe não leia isso.

Eis que chega o Masters 1000 de Roma. Thomaz chega à Itália com a moral lá em cima após ser alçado ao 22º lugar do ranking da ATP e mais seguro de si após os grandes jogos que fez. O adversário da primeira partida é o italiano Paolo Lorenzi, ocupante do 148º lugar do ranking. Adversário este que, convenhamos para quem venceu na mesma semana Andy Murray e David Ferrer, não deveria ser uma pedra no sapato.

Deveria. A lógica, mais uma vez, não funcionou com Belucci. Novamente o brasileiro caiu na primeira fase de um torneio onde esperava-se muito dele. Outra vez foi derrotado prestes a ingressar na lista dos 20 melhores tenistas do mundo.Uma derrota imprevisível.

Uns dirão que ao esperar algo de Belucci estou criando falsas expectativas. Outros que foi apenas uma fatalidade. Eu digo que não há como se afirmar nada sobre Thomaz atualmente.

"Porra, mas o cara vai ficar em cima do muro?!?" Calma. Acontece que Belucci, na minha visão, estão em um momento de afirmação - ainda. Período que varia de atuações desastrosas a partidas brilhantes. Ao sentar para ver um jogo de Thomaz Belucci esqueça, caro leitor, quaisquer prognósticos, pois o número um do Brasil é um jogador totalmente imprevisível.

Após a derrota por 2 a 0 na primeira partida, Belucci disse que o cansaço atrapalhou - foram dois dias entre a eliminação em Madrid e a estreia em Roma. Realmente foi a primeira semana do ano em que ele jogou 5 partidas. Mas, particularmente, penso que um atleta que pleiteia estar entre os melhores de sua modalidade, deveria estar preparado para tal situação. Enfim, não sou médico, tudo não passa de um achismo..

Agora resta aguarda Roland Garros. O que esperar de Belucci nesse torneio? Imprevisível.


@FabioNohbrega

quarta-feira, 4 de maio de 2011

#60 - Em 140 caracteres...

Escrevo esse post dez minutos depois do final de uma quarta-feira trágica para o futebol brasileiro. Internacional, Grêmio, Fluminense e Cruzeiro eliminados na Libertadores 2011 por equipes nitidamente inferiores. Confesso que não iria escrever nada hoje nesse humilde blog, mas fui inspirado  por um twitt de um amigo.


Às 10h05 aproximadamente, o amigo Caio (@caio_gdf) postou algo no twitter que concordei - e retwittei, inclusive - e que casa direitinho com o que vimos nesta quarta. Disse o profeta Caio: " O clima de espectativa que o brasileiro tem sobre esse campeonato atrapalha....Porra, futebol ñ tem segredo é so jogar bola!! " (sic).


Caio erra no português ( "espectativa" doeu, parceiro), mas acerta na ideia. De um tempo pra cá, o torcedor, a imprensa, os técnicos e os jogadores se tornaram obsessivos pela Libertadores da América. Ganhar a maior competição da América tornou-se sonho de consumo, uma competição que derruba técnicos, gera crise entre time e torcida. Tudo muito exarcebado.


Não estou, obviamente, dizendo que os clubes brasileiros devam deixar de lado a Libertadores. Ela é importantíssima para o clube, sobretudo, financeiramente. Ocorre que não vejo necessidade de se mudar da água para o vinho a maneira de jogar da equipe, de sair igual a uma boiada em em direção ao ataque, deixando a defesa desguarnecida quando se joga em casa ou de colocar os incontáveis defensores quando é o visitante. Como escreve Caio "...É só jogar bola!!". 

Assisti o primeiro confronto entre Grêmio e Universidad Católica. Vi um time completamente ansioso, pressionado e - para piorar -  desorganizado. Era todo mundo indo de uma vez ao ataque, forçando passes e jogadas. Borges foi expulso em uma infantilidade, prejudicando sua equipe que mais tarde sofreria dois gols em contra-ataques já previstos. 


Cheguei em casa hoje quando o jogo do Internacional já estava no intervalo. Pasmo, vi em 5 minutos o fraquíssimo Penãrol virar o jogo e voltar de Porto Alegre com a vaga às quartas de final. O Inter absurdamente parou após sofrer o primeiro gol. Recorro novamente a um post de @caio_gdf no twitter, escrito três minutos antes do primeiro: "Time brasileiro na libertadores é quase smp a msm coisa...tomam um gol e entram em choque....qdo isso vai mudar eu nao sei..." (sic). O motivo dos clubes entrarem "em choque" é, de fato, inexplicável.


E estaríamos sem nenhum representante na Libertadores, não fosse a ruindade do América-MEX ontem. O Santos recuou e abdicou do jogo. Fugiu de sua característica que é o ataque para segurar o resultado mínimo. Como Rica Perrone disse hoje em seu blog (http://www.ricaperrone.com.br/2011/05/precisa-disso/): prevaleceu o "Muricybol". Triste.


As equipes brasileiras precisam encarar um jogo de Libertadores como simplesmente mais um jogo, pois, enquanto todo jogo de Libertadores for o "jogo do ano", mais vexames passaremos, sendo eliminados jogando na defesa. É algo a se pensar.