quinta-feira, 24 de novembro de 2011

#80 - A aparência enganou

Certo dia deste ano (não lembro exatamente a data) participei do programa de rádio dos meus ex-colegas de classe de jornalismo lá na Uninove, o “Dribles e Caneladas”. Lembro que a certa altura do programa eu comentei ( e desdenhei, confesso) sobre os sonhos do Botafogo, que, segundo seu presidente, estava para acertar a contratação de um grande jogador.

Quando vi o anúncio do volante Renato, vindo do Sevilla, comecei a notar que o Botafogo estava mudando seu jeito de pensar. Estava pensando grande. Vá lá que Renato não é um jogador conhecido por ser o destaque  onde jogou, mas perto dos times medianos que o Botafogo ano a ano montava, tratava-se de uma mudança de patamar. Isso agregado a Elkeson, Loco Abreu, Maicosuel, Jefferson e um achado que foi a contratação de Bruno Cortês.

O resultado do “pensar grande” do presidente Maurício Assumpção está sendo visto nesta edição do Campeonato Brasileiro. Como há muito tempo não fazia, o Botafogo brigou em boa parte do campeonato pelo título. O torcedor vislumbrou - como há muito tempo não fazia -  a hipótese de ser campeão. O Botafogo - como há muito tempo não fazia – está próximo de uma vaga na Libertadores.

O últimos resultados não são bons, é verdade. Como muitos times desse campeonato, o Botafogo vem oscilando nas últimas rodadas. Na semana que antecedeu a demissão de Caio Jr. , lendo as sucessivas notícias sobre a iminente queda do técnico por conta dos resultados, estava certo de que Maurício Assumpção corroboraria a idéia de que realmente o Botafogo mudara de patamar.

 Mas, a aparência enganou.De maneira amadora (talvez nem isso), a diretoria do Botafogo e seu presidente optaram por mandar Caio Jr embora. Atitude, que convenhamos, é costume dos cartolas de cá. O time vai mal das pernas e eles escolhem alguém (jogador ou técnico) para bode expiatório. E como já esperado, a mudança de nada adiantou. Domingo, contra o Inter, no Engenhão, o Botafogo perdeu mais uma. Com técnico interino o time foi dominado e não teve mudança nenhuma com relação ao que Caio Jr vinha fazendo.

O problema não era Caio Jr. Como já citado no texto e repetido diversas vezes em textos deste blog, todo time oscila. Calhou do momento do Botafogo ser nas últimas rodadas. Demitir o técnico agora – como em quase todas as vezes que isso ocorre – não adiantará em nada. Pelo contrário.





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OUTRO TIME. Digno de nota o jogo que este mesmo Inter fez no Engenhão. Dorival trocou a previsibilidade pela ofensividade. Com Tinga ao lado de Guiñazu, Oscar ao lado de D’Alessandro e Gilberto fazendo companhia para Damião, o colorado envolveu o Botafogo e foi soberano na partida.

PERGUNTA DA SEMANA. Após a vitória sobre o Bahia, o Palmeiras zerou qualquer possibilidade de rebaixamento e parece – finalmente – navegar em águas mais tranqüilas. Mas a pergunta é: por quanto tempo? São Paulo e Corinthians são os próximos rivais...

DIFÍCIL ENTENDER.  Tirone diz que o Palmeiras será forte ano que vem. Felipão fez a lista com os reforços. E quem desta lista que está mais próximo do acerto? Jonas, lateral-direito do Coritiba. Sim, ele joga na mesma posição do Cicinho.

PRIMEIRA LINHA. Enrolei tanto pra escrever o texto sobre a última rodada que já posso até comentar sobre a atuação do Vasco, ontem, pela Sul-Americana. Não vi o jogo todo, mas destaco a presença e a atuação de Felipe e Juninho Pernambucano no meio campo vascaíno. Jogam fácil. Felipe, não fosse pela condição física, poderia ter feito muito mais durante a temporada.

CRAQUE DO BR-11. Cheguei hoje em casa e vi a relação dos indicados ao prêmio de craque do BR-11. Aquele que considero o melhor e mais regular do campeonato não está entre os três indicados: Paulinho, volante do Corinthians.


NFL
Destaques rodada #10
O Denver Broncos venceu em casa o New York Jets com Tim Tebow correndo para o Touchdown da vitória. Foram 8 corridas para 68 jardas. Em Baltimore, Ravens e Bengals se enfrentaram em um jogo com 6 TD’s e até tackle no juiz. 31-24 para os mandantes e destaque para as ótimas atuações de Joe Flacco (QB) e Ray Rice (RB).

O Green Bay Packer manteve-se invicto na temporada vencendo em casa o Tampa Bay Bucaneers de um assustadoramente forte LeGarrete Blount (RB). Os Cowboys, por sua vez, chegaram à sexta vitória contra os RedSkins em uma partida decidida na prorrogação. Final 27-24 com os dois QB’s (Tony Romo e Rex Grossman), jogando muito.

49ers chegaram à nona vitória e estão próximos da classificação para os playoffs.

Pior partida: Jaguar 10 Browns 14. Erro de Field Goal a dois minutos do fim quase comprometeu a vitória do time da casa.

Melhor partida: Carolina Panthers 35 Detroit Lions 49. O Panther vencia até o half time por 27-14, mas não conteve o running back Kevin Smith, que correu 140 jardas e anotou 2 TD’s.

@FabioNohbrega

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

#79 - Singela Demonstração

*Texto escrito em 15/11


Hoje, feriado de Proclamação da República, chovendo e razoavelmente frio, assisti aos dois últimos jogos do Fluminense. O primeiro foi a vitória no Rio Grande do Sul sobre o Internacional de um estranhamente previsível Dorival Junior. O segundo foi a derrota para o até então lanterna  América-MG. O desempenho contra os mineiros tem muito a ver com o resultado do jogo contra os gaúchos. Talvez não o resultado, mas sim no que resultou aquela vitória.

 Ao ganhar do Inter, o Fluminense assumiu a terceira posição do campeonato ficando -  com as derrotas de Corinthians para o próprio América-MG e do Vasco para o Santos -  a dois pontos da liderança. A semana tricolor se baseou em projeções e mais projeções. O próximo jogo seria contra o lanterna, que venceu o Corinthians, mas não haveria de ser problema para os “guerreiros tricolores”, que após 33 rodadas estavam mais vivos do que nunca na briga pelo bi nacional. Era ganhar do América-MG, dormir líder e torcer contra Corinthians e Vasco.

O Fluminense entrou em campo no sábado aparentando que cada jogador carregava uma pedra gigante nas costas, tamanha a pressão que a possível liderança causou. O desempenho contra o Inter fez com que o torcedor enchesse o Engenhão. A pressão era grande. E o Flu sucumbiu: América-MG 2x1 e o título distante.

A atuação do Fluminense no sábado é a mais singela demonstração do que está acontecendo nesse campeonato. Todas as equipes que estão ou estiveram na briga pelo título, no momento da pressão, de mostrar um bom futebol, de mostrar a que realmente vieram, não conseguiram. Foi assim na supracitada derrota do Corinthians para o América. Naquela rodada, o Vasco enfrentaria o Santos com o retorno de Ganso, Neymar e Borges. A mais que provável vitória corintiana (afinal, era o líder contra o lanterna) daria três pontos de vantagem ao time de Parque São Jorge, a cinco rodadas do fim. O que aconteceu? O Corinthians travou.

Não aconteceu somente com Corinthians e Fluminense. Vasco, Inter, Flamengo, e principalmente o Botafogo passaram pela mesma situação. Este último já não vence a quatro rodadas após estar prestes a assumir a liderança.

O equilíbrio do campeonato é resultado disso. Muitos dirão que faltam grandes times, que o campeonato está nivelado por baixo. Talvez. Contra o Inter, Deco esteve em campo pelo Flu; contra o América-MG não. Eu prefiro pensar que é isso que torna esse campeonato o mais competitivo do mundo...

Vasco e Corinthians estão agora na dianteira. Resta saber se agüentarão a pressão...


PREVISÍVEL. Estava na cara que quando Kléber falasse seria para criticar o Felipão. Se 80% do time não gosta dele eu não sei, mas sei de uma coisa: essa ladainha já cansou.

É BOM DE ASSISTIR. Além dos dois jogos do Fluminense que assiti, vi o jogo do Santos contra o Vasco da 33ª rodada. Vi Neymar e Ganso jogarem...muito.

SONOLENTO. Dessa vez não ficou só nos bocejos. Eu dormi vendo o jogo do Brasil, ontem, contra o Egito. Deu tempo para ver os dois gols e a boa participação de Hulk, Alex Sandro e Diego Alves.

HAJA CORAÇÃO! Até que o Galvão não fez feio na primeira transmissão do UFC em TV aberta. Demonstrou que estudou um pelo menos um pouco sobre o esporte. Mas também não resistiu tanto assim. Teve espaço para um “Júnior, Júnior, Júnior, Cigano.. é do Brasil!”

NFL.  Alguns destaques da rodada de futebol americano do final de semana: ainda sem Peyton Manning, os Colts perderam mais uma e seguem sem vencer na temporada. Curtis Painter, o QB substituto, teve duas interceptações.
 Rex Grossman, que eu nem sabia que estava no Washington Red Skins, foi interceptado duas vezes na derrota de 9-20 para o Miami Dolphins do ótimo running back Reggie Bush (2 TD’s).
A melhor partida da rodada foi New Orleans Saints 26x23 Atlanta Falcons. O Field Goal decisivo foi convertido na prorrogação após a franquia de Atlanta não converter uma subida de 4th and inches.
O pior confronto foi protagonizado na cidade de Cleveland, onde os donos da casa perderam para o Saint Louis Rams por singelos 13x12. A dois minutos do fim, o kicker dos Browns errou o Field Goal que praticamente daria a vitória aos mandantes.


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

#78 - Problema anunciado

Além de todas as complicações que as duas últimas atuações do Corinthians podem acarretar, a equipe convive nessa reta final com uma situação problemática. O problema – como muitos já esperavam – atende pelo nome de Adriano.  Apesar de passar meses em recuperação, o jogador ainda não está em condições e não se sabe quando, afinal, estreará pelo Corinthians.

Ter Adriano no foco das notícias a essa altura da competição pode atrapalhar e muito o Corinthians. A pressão pela liderança já é grande e agrava-se tendo um jogador com salário de seis dígitos que ainda não correspondeu. Tite sofre pressão para escalá-lo e talvez o fará, mesmo sabendo que não é o mais correto.

Isso porque o Corinthians chegou até aqui sem Adriano. O Corinthians não precisa dele; ele é quem precisa do Corinthians. Até o momento e, ao que tudo indica, a “parceria” Corinthians-Adriano ficará a milhas de distância da bem sucedida Corinthians-Ronaldo. Adriano não trará nenhum ganho em publicidade por conta dos sucessivos problemas. Dificilmente um patrocinador atrela seu nome a de um “jogador problema” – talvez a Ambev, quem sabe. E Adriano não parece se preocupar com seu desempenho dentro de campo: é só pintar uma folga que lá está ele tomando sua cervejinha.

Sei que não é correto julgar o que os jogadores fazem fora de campo. É, de fato, um problema deles. O problema de Adriano é que o desleixo em suas folgas só fez aumentar seu tempo de recuperação e deixá-lo visivelmente acima do peso – os pouquíssimos minutos que esteve em campo foram constrangedores. Neste caso sim, o que o jogador faz fora de campo, em sua folga, torna-se inevitavelmente foco de crítica.

FEIO DE DOER. Parei pra ver o jogo da seleção contra o Gabão. A primeira coisa que notei, óbvio, foi o estado do gramado. Lastimável. A bola pulava mais do que rolava.
O jogo foi fraco a ponto de não conseguir assistir até o final. Isso é sério. Me peguei bocejando lá para os 30 do segundo tempo e desisti de assisti. Destaque para uma atuação razoável de Hernanes. E só.

REFLEXÃO. Voltava eu do trabalho certo dia quando pensei: se Kléber for realmente para o Grêmio, este será menos um na lista de pretendentes a contratar o treinador quando seu contrato acabar com o Palmeiras, dada a troca de gentileza entre os dois, certo?

FICOU. Gostem ou não, o “fico” de Neymar é algo histórico sim. Não fosse o episódio com Dorival Júnior, diria que o trabalho de Luís Alvaro é perfeito até aqui.

INVEJA BOA. A maioria dos torcedores dos outros times do país estão com inveja dos vascaínos. O time tem grandes chances de papar três títulos este ano e dá exemplo de seriedade jogando as duas competições (Sul-Americana e Brasileirão) pra valer. Dá uma inveja...mas uma inveja boa, diga-se.

VOLTANDO. Nessa semana retornei ao mundo da bola oval. Já se vão mais ou menos dois anos desde a última partida da NFL que assisti por completo. Na visita ao site oficial da liga vi que os Colts, outrora imbatíveis, estão muito mau e que Cincinatti Bengals e San Francisco 49ers são as grandes surpresas do ano.
Vou voltando aos poucos e me adaptando, pois muita coisa mudou. Conforme for, escrevo aqui alguma coisinha sobre a bola oval.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

#77 - Dane-se. Ou vice-versa...

No último mês, abrindo qualquer site de esportes, lia-se a cada dia pelo menos uma notícia sobre Tevez ou Kléber. O argentino, atualmente no Manchester City, da Inglaterra, envolveu-se numa polêmica com seu treinador, Roberto Mancini, após recusar-se a entrar no segundo tempo de uma partida. Kléber, que equivocadamente era considerado ídolo por alguns palmeirenses, teve atitude semelhante, discutindo com Felipão e liderando uma “greve de concentração” entre os companheiros de equipe.

Há semelhança na atitude dos dois jogadores. Ambos, sabidamente, já não pretendiam permanecer em seus atuais clubes. Clubes estes com o qual firmaram contrato, comprometendo-se  a prestar serviços mediante a um – em ambos os casos – alto salário. No entanto, os contratos celebrados entre clube e atleta parecem ter perdido valor no futebol. Tevez, no início da atual temporada, redigiu uma carta destinada à diretoria do Manchester City onde se dizia insatisfeito e infeliz, solicitando sua liberação para jogar mais perto de sua família. O palmeirense Kléber fez pior: diante de um interesse de outro clube,  meteu a boca nos microfones da imprensa para clamar por valorização e chamar um dirigente de mau caráter.  Os salários pagos e as multas rescisórias? A duração do contrato que assinaram? Os torcedores? Dane-se.

Os atacantes, com cara de pau semelhante à de pessoas que trabalham em uma cidade chamada Brasília, agora alegam que estão impedidos de trabalhar e que foram discriminados. Pior de tudo é o fato de que possivelmente os jogadores ganhariam um processo trabalhista com essas alegações. Algo que para mim abre um precedente perigosíssimo. Mesmo que não haja abertura de processo, a atitude dos jogadores teve a mesma implicação: foram afastados. Mediante a isso, muito provavelmente, Tevez e Kléber conseguirão o que desejam, que é se transferir para outro clube. Obtendo êxito no objetivo e respaldo por parte da justiça, a atitude dos dois pode incentivar jogadores, que por não fazer parte do time principal, julguem-se “discriminados e impedidos de trabalhar”.

Reféns. Hoje, por exemplo, o site do jornal Lance! divulgou uma matéria com a relação dos jogadores “encostados”na Série A, aqueles que não jogaram ou o fizeram muito pouco durante a competição. Imagine se todos se verem no direito de forçar a saída dos clubes, ignorando os contratos vigentes? Pois é, se já não bastasse a “empresário-dependência”, os clubes ficariam mais reféns ainda dos jogadores.
Tevez e Kléber têm histórico de saídas conturbadas dos clubes. Kléber forçou a barra para sair do Cruzeiro, com o qual tinha contrato, para ir para o Palmeiras que dizia amar. Tevez, só na Inglaterra, saiu brigado com West Ham e Manchester United. Isso sem contar a maneira como saiu do Corinthians, clube com o qual flerta novamente.

Aí está outra importante questão. Mesmo com o histórico dos dois jogadores, há quem os deseje em seu clube, como as diretorias de Grêmio e Corinthians. Uma coisa é certa: esses dois ainda renderão muitos meses de polêmicas. Mas Grêmio e Corinthians ignoram isso. Não foram com eles, então que se dane...



@FabioNohbrega


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