quinta-feira, 7 de abril de 2011

#45 - O futebol não precisa ser imediatista

Ao longo desses 7 meses de blog, procurei escrever da melhor maneira possível e sempre busquei (e o continuarei fazendo) dar a minha visão de uma maneira diferenciada, fazer diferente. Há incontáveis blogs hoje na internet falando de futebol, o que não é de assustar diante da paixão do brasileiro pelo esporte. Sou um fanático também, mas como pode-se ler na descrição no lado direito superior da página, a idéia ao criar esse espaço é praticar, pois como ali também cito, sou aluno de jornalismo.
Como muitos, resolvi entrar no curso de jornalismo vislumbrando atuar no ramo esportivo. Procuro, dentro do possível, ler diversos sites de futebol; seja ele nacional ou internacional. Antes de escrever um texto, costumo ler opiniões divergentes, outros pontos de vista.
Nos 44 textos que escrevi até agora sempre critiquei dirigentes, mandatários em geral, pelo imediatismo com que tratam o futebol. A maioria com relação às sucessivas demissões de treinadores. Critiquei aqueles que insistem em vender uma idéia de planejamento, estrutura, postura, austeridade perante o torcedor, mas que, no final das contas, acaba indo no embalo do apelo popular e jogam por água abaixo todo o “planejamento” do início da temporada. Há clubes que infelizmente têm em seu comando torcedores de gravata.
Pelo fato da opção da profissão, de manter um blog atualizado e gostar de futebol, ao ler os diversos sites, como citei no segundo parágrafo, acabo me deparando com algumas infelicidades dos jornalistas. E, para ser justo, tenho que direcionar a crítica contra o imediatismo também a alguns.
É notável que há sites e jornais esportivos que insistem em também ser imediatistas. Vivem da criação de ídolos, ajudando a derrubar técnicos e, como no caso que inspirou esse post, a exaltar os personagens do futebol desnecessariamente e inoportunamente.
Fui obrigado a ler na edição de ontem do jornal Lance o título de um artigo, de autoria de Alessandro Abate, da seguinte maneira: “Tite vai brilhar como Carpegiani?”. Título esse que deixa explícito a mania de se criar conclusões precipitadamente. Carpegiani está no São Paulo a menos de um mês e não teve tempo para “brilhar”. Está no início de um trabalho, que já rendeu alguns bons jogos é verdade, e está sujeito a diversas situações. Me pergunto se o São Paulo perder os próximos 8 jogos, o que escreveria o colunista do Lance. Continuaria sendo “correta” a “aposta” de Juvenal Juvêncio, como ele cita no texto? Dagoberto estaria ainda recuperado? Sinceramente, acho que não.
O futebol não precisa ser imediatista. Textos como o de Alessandro ajudam a difundir a noção aos torcedores de que tudo se resolve de uma hora para a outra, que o futebol se resume a uma seqüencia de partidas. O futebol tem de ser visto de um modo mais amplo. Os dirigentes que sabatinei nesse blog são outros que adotam a mesma diretriz e saem demitindo, trocando de treinadores a torto e à direita. Talvez não se possa exigir dos torcedores esse controle, mas os dirigentes têm de ter essa consciência, juntamente com parte da imprensa.
Craques falidos que surgem seguidamente, técnicos transformados em heróis. A imprensa tem sua parcela de culpa nisso tudo. A ânsia em se criar notícia, ou a falta de, implica nesse imediatismo desnecessário e que está impregnado no futebol. O jornalista esportivo pode mudar isso. E essa mudança traria mais qualidade ao segmento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário