quinta-feira, 7 de abril de 2011

#47 - Dois pesos e duas medidas...pode, Arnaldo?

Arnaldo David Cezar Coelho, ex-árbitro de futebol e atual comentarista da Rede Globo, disse, na última quarta-feira durante a partida entre Cruzeiro e São Paulo, algo que pode ter passado desapercebido por muitos, mas que diz bastante sobre a arbitragem no Brasil e no mundo.
Na ocasião, Richarlyson, lateral do São Paulo, concedia uma entrevista e comentava sobre um lance no final do primeiro tempo onde Gilberto, meio campo do Cruzeiro, dera uma entrada violenta em seu companheiro de posição Lucas. Richarlyson disse: “Na jogada entre o Gilberto e o Lucas, se fosse comigo ou o Kléber (Palmeiras), estávamos expulsos.” Gilberto foi advertido com o cartão amarelo pelo árbitro Nielson Nogueira Dias, gerando grande reclamação por parte dos são paulinos.
Indagado por seu companheiro de cabine Cléber Machado se no lugar do cruzeirense estivessem Richarlyson ou o atacante palmeirense o juiz usaria o mesmo critério, Arnaldo afirmou: “Não. Seriam expulsos. O histórico pesa e Gilberto nunca foi um cara violento”.
Arnaldo Cézar Coelho é um árbitro que goza de grande prestígio entre os novos e antigos trabalhadores do apito. Portanto, sua afirmação deve causar calafrios naqueles que comandam a arbitragem brasileira. Trata-se da mais pura verdade. Infelizmente, por mais que haja aqueles que neguem, um árbitro ao entrar em campo leva em consideração o histórico dos jogadores  na tomada de suas decisões no decorrer de uma partida.
Devido a isso que sou a favor de árbitros extrangeiros apitando duelo de clubes do mesmo país em competições internacionais. Se não acaba, pelo menos diminui-se a possibilidade do jogo ser comprometido. Um árbitro extrangeiro, desde que gabaritado, é a melhor alternativa pelo fato de não conhecer a maioria dos jogadores e seus históricos. Com isso, o critério estabelecido (pois cada árbitro tem o seu) será aplicado para todos.
Quanto aos árbitros daqui, se destacará aquele que conseguir ser o mais neutro possível e, antes de penalizar um jogador, ignorar o ele já fez ou deixou de fazer. Não se pode deixar de apitar uma falta, de aplicar um cartão pelo fato do atleta ser marcado por simular ou por chegar forte namarcação.
Sei que pode parecer utopia, mas o calvário da arbitragem é  atingir a neutralidade. A grande maioria explicitam em suas decisões os tais dois pesos e duas medidas do título.
Experiente, árbitro que apitou final de Copa do Mundo, Arnaldo não foi hipócrita. E também chega a ser infantil quem pensa o contrário.

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